Breve História de Carenque

Em 1932, foram descobertas e escavadas, pelo arqueólogo Manuel Heleno, as famosas grutas artificiais de Carenque. Essas mesmas grutas serviam de sepulturas colectivas em forma de câmara mortuária circular, esta necrópole, classificada como monumento nacional, é constituída por três túmulos colectivos escavados na rocha calcária. A sudeste situam-se os Moinhos do Penedo. Na zona de Carenque está ainda o povoado das Baútas. Situa-se num dos montes que dá para o vale da ribeira de Carenque. Os romanos devem ter aqui chegado por volta do ano 218 antes de Cristo. Sabe-se que em toda a zona houve uma intensa exploração mineira de calcedónia, pedra utilizada em joalharia.

O mais importante testemunho da presença do colonizador oriundo de Roma, nestas terras da freguesia da Mina, é o surpreendente aqueduto romano. 

O aqueduto, de menores proporções que o das Águas Livres, corre paralelamente a este, atravessando o vale de Carenque. Devia ter o seu início na barragem romana situada no vale da ribeira de Carenque.Em Carenque há um chafariz, construído em 1836, tendo somente um taco de pedra metido na cantaria do aqueduto das Águas Livres, de onde saía um tubo de ferro. Foram-lhe depois unidas cinco pias que se destinavam a servir de bebedouro ao gado.Os sobejos corriam para o rio. Situa-se na Rua do Olival. Junto à estrada de Carenque há um outro chafariz, este mandado construir pela Câmara Municipal de Sintra, em 1932. Existiam aqui duas nascentes, que o povo chamava "de Gargantada" e "do Pocinho", cuja água viria a ser encanada para o aqueduto também chamado da Gargantada ou de Carenque e que abastecia o palácio de Queluz. A água parece estar na génese da povoação da Mina e também na do topónimo correspondente. O topónimo principal da freguesia provém realmente de uma mina de água, de origem basáltica, de grande pureza, uma das melhores águas que se conheciam pelos finais do século passado. A sua fama correu o país e, segundo alguns, extravasou mesmo os seus limites.

António Cardoso Lopes, o Lopes da Mina como ficou depois conhecido, foi o autor do "milagre" que levou à descoberta do precioso líquido num local onde ninguém imaginaria que ele existisse. Essa mina de água foi inaugurada pelo então Presidente da República Manuel de Arriaga a 13 de Abril de 1913. Hoje, esta água ainda continua a ter grande utilidade, servindo para abastecer o lago do Parque Central. A mina, conquanto fechada, permanece no mesmo local, num parque ajardinado que tem o nome de Parque da Mina.
O celebrado Lopes da Mina era natural de Salvaterra de Magos. Foi o mais velho de treze filhos do casal Joaquim Lopes da Rosa júnior e Maria José Cardoso Lopes.

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14-03-2014 22:38

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